Texto: Aurélien Lang
Tradução: Rouver Júnior
Um artigo que coloca a ponto visível a incoerência da lógica do ateu: pode-se decidir que um acontecimento é bom ou mau se Deus não existe?
"Se Deus não existe, quem tem o direito de decidir de maneira absoluta o que é bom e o que é mau?" Ninguém. E isto é verdadeiro! Como disse acertadamente Dostoievski em Os irmãos Karamázovi: "E então, que se tornará o homem sem Deus e sem a imortalidade? Tudo é permitido, por consequência, tudo é licito?": o desastre total! Ninguém tem nada a nos falar sobre nossa maneira de viver.
Não existe nenhum valor moral objetivo sem Deus
Com efeito, se não há Deus, então não existem regras objetivas que ditam o que é bom e o que é mau. Os valores morais são, assim, como os gostos e as cores; exatamente como opiniões de um indivíduo ou fruto de uma evolução sócio-biológica.
Por consequência, em um mundo sem Deus, quem tem o direito de dizer o que é bom e o que é mau? Quem tem o direito de julgar as atitudes de Hitler inferiores às do apóstolo Pedro? Dizer que isto é bom, isto é mau, perde todo o sentido em uma realidade sem Deus. Porque, dizer que alguma coisa é má porque é proibida por Deus é perfeitamente compreensível a quem crê em um Legislador divino. Mas afirmar que qualquer coisa é má, se realmente não houvesse Deus para proibir, seria incompreensível.
O conceito de uma obrigação moral, que existisse fora do indivíduo, é totalmente incompreensível sem a ideia de Deus. Em um mundo sem Deus, não há lei objetiva que dite o que é absolutamente mau e o que é absolutamente bom; não existe senão julgamentos pessoais ou culturais relativos. Isto traz a inferência lógica da impossibilidade de se condenar as guerras, as opressões e os crimes perversos, além de não se poder chamar a fraternidade, a igualdade e o amor de coisas boas. Quando o governo de um país massacra uma parte da população, é logicamente inconcebível dizer que suas atitudes são más. Se não fosse assim, em nome de quem, então? Não há, em um universo fechado, quem pudesse ditar ao homem o que é bom e o que é mau. Ninguém pode dizer a ninguém: "É verdadeiramente mau o que você faz."
A impossibilidade de viver sem valores morais objetivos
O problema fundamental, contudo, é que esta exigência - ninguém tem o direito de dizer de modo absoluto o que é bom ou mau - é existencialmente impossível de viver. Nós não podemos, segundo essa exigência, levantar a voz quando ficamos sabendo que crianças são violentadas por um pedófilo. Nós não podemos nos levantar quando vemos que uma ditadura decidiu colocar em prática um programa de exterminação de milhões de pessoas. É impossível! Nietzsche, ele mesmo que escrevia a necessidade de viver "Além do bem e do mal", rompeu sua amizade com o compositor Richard Wagner quando este tornou-se antissemita. Também, Jean-Paul Sartre declarou após a Segunda Guerra Mundial que uma doutrina que leva à exterminação não é simplesmente uma atividade do gosto pessoal ou de opinião, de valor igual ao seu oposto. Esta exigência, segundo a qual não existe nenhum bem e nenhum mal absoluto, é impossível de viver.
O fracasso do ateísmo...
Vendo o fracasso do ateísmo nesse teste, como será que o cristianismo bíblico se comporta? O cristianismo descreve com uma desconcertante transparência a realidade. Com efeito, se Deus existe, é possível conhecer de modo absoluto o que é bom ou mau. Se há um Legislador divino, nós podemos explicar porque ficamos revoltados com as abominações cometidas na Segunda Guerra Mundial ou porque é inadmissível o abuso contra inocentes e a sua morte. Ao contrário, se Deus existe e é o Legislador, se é Ele quem determina o que é bom ou mau, eu aceito de fato que meu comportamento seja julgado por Deus? Nada mais coerente...
[link para o texto em francês http://www.questionsuivante.fr/verite_et_intolerance-110.html]
Tradução: Rouver Júnior
Um artigo que coloca a ponto visível a incoerência da lógica do ateu: pode-se decidir que um acontecimento é bom ou mau se Deus não existe?
"Se Deus não existe, quem tem o direito de decidir de maneira absoluta o que é bom e o que é mau?" Ninguém. E isto é verdadeiro! Como disse acertadamente Dostoievski em Os irmãos Karamázovi: "E então, que se tornará o homem sem Deus e sem a imortalidade? Tudo é permitido, por consequência, tudo é licito?": o desastre total! Ninguém tem nada a nos falar sobre nossa maneira de viver.
Não existe nenhum valor moral objetivo sem Deus
Com efeito, se não há Deus, então não existem regras objetivas que ditam o que é bom e o que é mau. Os valores morais são, assim, como os gostos e as cores; exatamente como opiniões de um indivíduo ou fruto de uma evolução sócio-biológica.
Por consequência, em um mundo sem Deus, quem tem o direito de dizer o que é bom e o que é mau? Quem tem o direito de julgar as atitudes de Hitler inferiores às do apóstolo Pedro? Dizer que isto é bom, isto é mau, perde todo o sentido em uma realidade sem Deus. Porque, dizer que alguma coisa é má porque é proibida por Deus é perfeitamente compreensível a quem crê em um Legislador divino. Mas afirmar que qualquer coisa é má, se realmente não houvesse Deus para proibir, seria incompreensível.
O conceito de uma obrigação moral, que existisse fora do indivíduo, é totalmente incompreensível sem a ideia de Deus. Em um mundo sem Deus, não há lei objetiva que dite o que é absolutamente mau e o que é absolutamente bom; não existe senão julgamentos pessoais ou culturais relativos. Isto traz a inferência lógica da impossibilidade de se condenar as guerras, as opressões e os crimes perversos, além de não se poder chamar a fraternidade, a igualdade e o amor de coisas boas. Quando o governo de um país massacra uma parte da população, é logicamente inconcebível dizer que suas atitudes são más. Se não fosse assim, em nome de quem, então? Não há, em um universo fechado, quem pudesse ditar ao homem o que é bom e o que é mau. Ninguém pode dizer a ninguém: "É verdadeiramente mau o que você faz."
A impossibilidade de viver sem valores morais objetivos
O problema fundamental, contudo, é que esta exigência - ninguém tem o direito de dizer de modo absoluto o que é bom ou mau - é existencialmente impossível de viver. Nós não podemos, segundo essa exigência, levantar a voz quando ficamos sabendo que crianças são violentadas por um pedófilo. Nós não podemos nos levantar quando vemos que uma ditadura decidiu colocar em prática um programa de exterminação de milhões de pessoas. É impossível! Nietzsche, ele mesmo que escrevia a necessidade de viver "Além do bem e do mal", rompeu sua amizade com o compositor Richard Wagner quando este tornou-se antissemita. Também, Jean-Paul Sartre declarou após a Segunda Guerra Mundial que uma doutrina que leva à exterminação não é simplesmente uma atividade do gosto pessoal ou de opinião, de valor igual ao seu oposto. Esta exigência, segundo a qual não existe nenhum bem e nenhum mal absoluto, é impossível de viver.
O fracasso do ateísmo...
Vendo o fracasso do ateísmo nesse teste, como será que o cristianismo bíblico se comporta? O cristianismo descreve com uma desconcertante transparência a realidade. Com efeito, se Deus existe, é possível conhecer de modo absoluto o que é bom ou mau. Se há um Legislador divino, nós podemos explicar porque ficamos revoltados com as abominações cometidas na Segunda Guerra Mundial ou porque é inadmissível o abuso contra inocentes e a sua morte. Ao contrário, se Deus existe e é o Legislador, se é Ele quem determina o que é bom ou mau, eu aceito de fato que meu comportamento seja julgado por Deus? Nada mais coerente...
[link para o texto em francês http://www.questionsuivante.fr/verite_et_intolerance-110.html]