terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

C. S. Lewis: Problema do mal e ateísmo


"Com isto, é claro, surge uma pergunta difícil. Se um Deus bom criou o mundo, por que esse mundo deu errado? Por muitos anos, recusei-me a ouvir as respostas cristãs à pergunta, pois tinha a sensação persistente de que 'o que quer quer vocês digam, por mais astutos que sejam seus argumentos, não é muito mais simples e mais fácil afirmar que o mundo não foi feito por um poder dotado de inteligência? As argumentações de vocês não são apenas uma complicada tentativa de fugir ao óbvio?' Mas, através disso, acabei deparando com outra dificuldade.

Meu argumento contra Deus era o de que o universo parecia injusto e cruel. No entanto, de onde eu tirara essa idéia de justo e injusto? Um homem não diz que uma linha é torta se não souber o que é uma linha reta. Com o que eu comparava o universo quando o chamava de injusto? Se o espetáculo inteiro era ruim do começo ao fim, como é que eu, fazendo parte dele, poderia ter uma reação assim tão violenta? Um homem sente o corpo molhado quando entra na água porque não é um animal aquático; um peixe não se sente assim. É claro que eu poderia ter desistido da minha idéia de justiça dizendo que ela não passava de uma idéia particular minha. Se procedesse assim, porém, meu argumento contra Deus também desmoronaria - pois depende da premissa de que o mundo é realmente injusto, e não de que simplesmente não agrada aos meus caprichos pessoais. Assim, no próprio ato de tentar provar que Deus não existe - ou, por outra, que a realidade como um todo não tem sentido -, vi-me forçado a admitir que uma parte da realidade - a saber, minha idéia de justiça - tem sentido, sim. Ou seja, o ateísmo é uma solução simplista. Se o universo inteiro não tivesse sentido, nunca perceberíamos que ele não tem sentido - do mesmo modo que, se não existisse luz no universo e as criaturas não tivessem olhos, nunca nos saberíamos imersos na escuridão. A própria palavra escuridão não teria significado."

(LEWIS, C. S. Cristianismo Puro e Simples. Trad. OPPERMANN, Álvaro; CIPOLLA, Marcelo Brandão. São Paulo, SP. Martins Fontes. 2005. pp.51-52)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Destruição de Israel é iminente, diz o líder supremo do Irã

da Folha Online

O líder supremo da República Islâmica do Irã, Ali Khamenei, afirmou neste domingo que a destruição de Israel é "iminente" e lançou um apelo à "resistência" contra o Estado judeu.

"Estou muito otimista quanto ao futuro da Palestina, e penso que Israel está em declínio", declarou o aiatolá iraniano, na presença do líder do movimento radical palestino Jihad Islâmica, Ramadan Abdallah Challah.

"Com a vontade de Deus, a destruição de Israel será iminente", insistiu, conclamando os muçulmanos a "continuarem com a resistência" e a "confiar na vitória".

O Irã não reconhece a existência de Israel e apoia os movimentos radicais palestinos.

No fim de janeiro, o líder iraniano disse que o Estado de Israel estava "fadado à destruição".

Em 2005, o presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, afirmou que Israel deveria ser "varrido do mapa". Ele ainda qualificou o Holocausto de "mito", suscitando a indignação dos países ocidentais.

A retórica anti-israelense do regime xiita é um dos fatores que elevam a preocupação com o programa nuclear do Irã. Embora não admita abertamente, dá-se por certo que israel conta com bombas atômicas, e a possível fabricação desse armamento pelo Irã --objetivo negado por Ahmadinejad--, aliada às iniciativas contra o Estado israelense poderiam elevar a tensão na região.

Autoridades israelenses já classificaram o programa nuclear iraniano como uma "ameaça existencial" para Israel.

Fonte Folha Online
Publicação de 07/02/2010 - 17h29

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Cortando noções


A eliminação da noção de certo e errado implica na eliminação da noção de elogio e de culpa, porque é da natureza humana elogiar quem faz o que é certo e culpar quem faz o errado. Se não houvesse o certo, nem o maior dos feitos humanos seria louvável; se não houvesse o erro, nem o pior dos feitos humanos seria reprovável; antes, o maior e mais importante teria o mesmo valor que o pior e mais desprezível. Em termos práticos, a sociedade inteira não teria motivo nenhum para fazer o bem e estaria entregue à sua propensão de fazer o mal, uma vez que supostamente o mal-estar da culpa não existiria mais. Isso seria o mesmo que entregar o ser humano a uma violência brutal e sem freios.

Pr. Silas Malafaia fala sobre aborto no Canal Livre da Rede Bandeirantes