Bendito o dia em que se disse: nasceu um menino. Há 21 anos. Obrigado Deus.
Quem me conhece de forma mais próxima sabe do que houve [quando tinha já feito 18 anos]. Hoje posso dizer: cada ano que se completa é em minha vida mais uma vitória sobre a morte, porque Cristo Jesus, pela sua morte e ressurreição, me deu vida. Livrou-me da morte física e deu-me também a vida eterna.
Cada suspiro meu é um nocaute em satanás, e Cristo me deu vida e vida em abundância. Cada movimento de respiração de meu pulmão - e são tantos, graças a Deus - é um violento golpe na morte.
Passei pelo vale da sombra da morte, tive a morte ao meu lado, quem sabe em algum momento levantando-se para tirar-me a vida, mas Deus se levantava de seu trono e dizia: Este não, porque é servo meu e há de fazer proezas em meu nome, há de ser usado conforme Eu quero, há de anunciar as minhas palavras conforme Eu lhe disser. Vai-te embora Morte e deixa este pequenino filho meu. Esta ovelha tem Pastor.
Deus sabe se foi assim ou não.
Graças te dou, ó Pai, por ter me elegido desde a eternidade e dia após dia me guardares em tua virtude para que se possa completar a esperança dada por Ti a mim: a firme esperança de morar no céu e ver-te face à face.
Graças te dou, ó Jesus Cristo, por ter feito por mim o que eu jamais poderia ter feito. Obrigado por verter teu sangue tão precioso pelo chão, quando eras açoitado e moído, e na madeira da cruz, quando apagavas os meus pecados para sempre.
Graças te dou, ó Espírito Santo de Deus, por me santificares, por me revelares a verdade, por me consolares.
Graças te dou, ó Deus único - Pai, Filho e Espírito Santo - por todas as maravilhas que operastes em minha vida, as quais não mencionei, as quais não posso contá-las.
Obrigado, meu Deus, por mais este ano de vida, que me concedes, e sei que coisas mais profundas e maravilhosas hão de vir em minha vida.
Obrigado, Senhor, pelo meu aniversário.
(Rouver Júnior)
domingo, 16 de novembro de 2008
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
Uma refutação - Relativismo
Antes da argumentação coloco, de princípio, um pressuposto básico:
- Ou é relativo ou absoluto. Não há possibilidade de ser relativo e absoluto. Se não é absoluto, é relativo, se não é relativo, é absoluto.
- Ou é relativo ou absoluto. Não há possibilidade de ser relativo e absoluto. Se não é absoluto, é relativo, se não é relativo, é absoluto.
O Relativismo defende a idéia da não-existência da Verdade Absoluta e objetiva. Assim, qualquer pensamento tido como verdade por uma ou mais pessoas é aceitável e não é nem melhor nem pior do que outros pensamentos também tidos como verdades. Duas coisas interessantes podem ser percebidas à partir daí:
1 - O Relativismo defende a relatividade, porque pensa ser esse pensamento correto. Defende a relatividade da verdade, visto acreditarem ser a verdade relativa.
2 - O Relativismo tem de aceitar, pelos seus próprios postulados, que a crença "O Relativismo é falso" tem igual valor a "O Relativismo é verdadeiro".
1 - O Relativismo defende a relatividade, porque pensa ser esse pensamento correto. Defende a relatividade da verdade, visto acreditarem ser a verdade relativa.
2 - O Relativismo tem de aceitar, pelos seus próprios postulados, que a crença "O Relativismo é falso" tem igual valor a "O Relativismo é verdadeiro".
Começarei pelo segundo.
(2) _ Afirmando a arbitrariedade da verdade e o igual valor entre todas as verdades, o Relativismo assume que é tão valoroso afirmar "O Relativismo é sensato, correto e verdadeiro" quanto "O Relativismo é insensato, incorreto e falso". Noutras palavras, é tão valoroso o relativismo quanto o seu contrário, isso segundo o próprio relativismo. Logo, o Relativismo não é mais que uma simples crença; pela própria corrente, nem melhor nem pior do que a crença na verdade absoluta.
Se você acredita no Relativismo, de acordo; se não acredita, e crê no oposto, de acordo também. Desta forma, por sua própria cosmovisão, o relativista está impedido de criticar o que for, quem for, porque o Relativismo não é melhor do que o seu oposto, pela própria corrente.
Deve-se aceitar absolutamente tudo, e isto é absoluto.
Agora o item um.
(1) _ Neste tópico reside uma grande contradição relativista, porque defender uma posição é tentar mostrar justamente que ela é verdadeira e superior à sua negação e a outras idéias divergentes.
O Relativismo defende a si próprio, o que significa, em consequência, que ele se propõe verdadeiro e superior, mais digno de aceitação, ao seu oposto e a idéias diversas. Se não fosse assim, não haveria motivo para um filósofo teorizar o Relativismo; não haveria sentido em escrever um livro sobre Relativismo, salvo, talvez, para criticá-lo. Contudo, se ele não fosse primeiramente teorizado, não haveria como tecer-lhe críticas. Eu estou criticando-o, logo, ele foi teorizado.
A simples e totalmente imparcial descrição do relativismo seria, outro tanto, também sem significado, pois, mesmo quando descrevo o pôr-do-sol, tenho um objetivo central na descrição. Portanto, se há a teorização relativista, e a defesa do relativismo pelos próprios relativistas, o Relativismo se mostra incoerente e auto-refutante.
Caso não existisse a verdade absoluta, como os relativistas pregam, e todos os pensamentos fossem iguais em valor, defender a corrente em questão seria irracional, como defender qualquer outra. Se uma está de acordo e a outra também, escolher arbitrariamente é a melhor escolha. Não preciso argumentar, qualquer crença está de acordo, segundo o relativismo. Argumentar seria esforço inútil, porque vou terminar acreditando numa crença de igual valor que a que combati.
Há ainda um terceiro item.
3 - O Relativismo se propõe, por inferências, a verdade absoluta e transcendental.
(3) _ Ponto polêmico, talvez, mas coerente e racional.
Verdade absoluta e transcendental é aquela que é a mesma independentemente do tempo e do espaço. A verdade absoluta era verdade absoluta, independente do que pensavam dela, no Egito há 5.000 anos, no Egito de agora e no Egito do futuro, seja o futuro terreno do tamanho que for. Ela era verdade absoluta na China de 4.000 anos atrás, na Pérsia de 1.000 anos, na França de 50 anos, etc. E é exatamente isso que, mesmo por inferências, o Relativismo afirma.
Se pergunto a um relativista se há verdade absoluta, ele dirá "Não". Se lhe pergunto:
- Na Grécia Antiga, de Sócrates, Platão, Aristóteles, havia verdade absoluta?
- Em Israel, no ano 27 d.C., havia verdade absoluta?
- Quando da queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C., havia verdade absoluta?
- E na Rússia de 91 anos atrás?
- E na Alemanha atual?
Com certeza, se o relativista quiser ser coerente com o Relativismo, para todas as perguntas a resposta será "Não".
Mas veja a cabal contradição. Se a verdade absoluta e transcendental não muda nem com o tempo nem com o espaço e pressupõe-se haver tido relativismo de valores e verdades desde há 4 mil anos e também mais para trás, em todas as nações, todas as sociedades, pois uma era relativa à outra, inferindo que tudo sempre foi relativo, isso não seria propor uma verdade absoluta e transcendental? Com certeza. Mas os relativistas negam a verdade absoluta e afirmam a transcendentalidade e o absolutismo (absolutidade) do próprio Relativismo. Isso é faltar com a perfeita relação lógica entre as idéias.
Mais desastroso seria, eu penso, se, para negar a transcendentalidade do Relativismo, o partidário dessa filosofia afirmasse que em certos períodos da história houve relativismo e em outros a verdade absoluta e transcendental. Aí ele já está dando um passo para a negação do Relativismo, pois já aceitou a verdade absoluta como possível. Contudo, se a lógica é: "ora há relativismo, ora há verdade absoluta, e assim continuamente", não se anulou a verdade absoluta e transcendente, porque, assim, a verdade seria: "o mundo funciona de maneira que ora há verdade, ora há relativismo e sempre será assim". Mas eu penso que esse argumento é por demais desastroso.
Sabendo haver mais a tratar acerca do Relativismo, limito-me, contudo, acreditando ter mostrado, pelo menos, o caráter contraditório da corrente em questão, não sendo, logo, possível a crença racional em tal filosofia. Mas como último argumento, a saída, em conclusão, é crer na verdade absoluta, porque, se relativismo é o oposto da verdade objetiva, havendo sido mostrada a falsidade dele, então, pela lógica, a verdade absoluta é a verdade absoluta, pois o contrário do falso é o verdadeiro.
(Rouver Júnior)
Mas veja a cabal contradição. Se a verdade absoluta e transcendental não muda nem com o tempo nem com o espaço e pressupõe-se haver tido relativismo de valores e verdades desde há 4 mil anos e também mais para trás, em todas as nações, todas as sociedades, pois uma era relativa à outra, inferindo que tudo sempre foi relativo, isso não seria propor uma verdade absoluta e transcendental? Com certeza. Mas os relativistas negam a verdade absoluta e afirmam a transcendentalidade e o absolutismo (absolutidade) do próprio Relativismo. Isso é faltar com a perfeita relação lógica entre as idéias.
Mais desastroso seria, eu penso, se, para negar a transcendentalidade do Relativismo, o partidário dessa filosofia afirmasse que em certos períodos da história houve relativismo e em outros a verdade absoluta e transcendental. Aí ele já está dando um passo para a negação do Relativismo, pois já aceitou a verdade absoluta como possível. Contudo, se a lógica é: "ora há relativismo, ora há verdade absoluta, e assim continuamente", não se anulou a verdade absoluta e transcendente, porque, assim, a verdade seria: "o mundo funciona de maneira que ora há verdade, ora há relativismo e sempre será assim". Mas eu penso que esse argumento é por demais desastroso.
Sabendo haver mais a tratar acerca do Relativismo, limito-me, contudo, acreditando ter mostrado, pelo menos, o caráter contraditório da corrente em questão, não sendo, logo, possível a crença racional em tal filosofia. Mas como último argumento, a saída, em conclusão, é crer na verdade absoluta, porque, se relativismo é o oposto da verdade objetiva, havendo sido mostrada a falsidade dele, então, pela lógica, a verdade absoluta é a verdade absoluta, pois o contrário do falso é o verdadeiro.
(Rouver Júnior)
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Fantasmagorias
Poesia de
Wallace Monjardim Bonini
Canto Primeiro
"AS ASAS NEGRAS DO ESTRO"
I
Ouça! Rasga do vale de minh'alma
O meu estro sangrento e renitente,
Visões que germinam da vasta angústia,
Cólera ardente... e gritos... e prantos!...
Trovejam gemidos de sofrimento
Versos cor de chumbo da tempestade,
Não cabem cá dentro - vingam e fogem
Sem destino exato vão pelo mundo.
II
Vão pela noite, zanzando, à procura
Dos homens que deploram injustiças;
Das línguas que não expressam mentiras;
Das mentes que a sabedoria alveja.
Vão! Mas ao encontro de suas casas.
Que o vento lhes rocem como as folhagens
E deitem-se ao colo da sentinela;
Que beijem o sol que no seio pulsa.
III
Ouça o meu canto de Lúcida Febre!
Suba na torre e sofra suas dores,
Porque nesse escarro em mar de poesias
A lira do amor na ira se enterra.
Ouça-me também cavaleiro errante!
Monte o corcel dos meus sóbrios clamores
E respire fundo as frouxas essências
Das murchas Flores em lenha candente.
IV
Meu canto é morto, não ri-se nem rima,
Sem inteligência do mestraço ilustre;
É uma carruagem seguindo sem freio
De ladeira abaixo ao leito da lama.
Mas, não! Ainda do espelho não mine
Nem uma gota de lamentação
Antes de ouvir entoar dos acordes
A marcha fúnebre do último século.
V
Ouça os louvores ao Terceto Eterno!
Canções perfeitas de sábias palavras.
Ouça Sua voz de justiça e verdade,
A estrela que a escuridão desconhece.
Beba da fonte de sua Escritura,
Nasce no choro do arrependimento.
Provarás da traça que me devora
E verás o oculto atrás do belo.
VI
Do lago límpido de águas serenas
Tem-se a paisagem anil montanhosa
Que esconde dos olhos, já seduzidos,
O gozo em chamas do vulcão inflame.
Vamos, acorde! Meu povo, acorde!
Que a rosa se abriu para um novo dia.
Transpire a fragrância do amor sincero
E feche os seus olhos pra face externa.
VII
Os ramos têm pressa a se renovarem
E as folhas já brotam - vem o verão!
Permita que o pranto enxague seu peito
Dessa contaminação secular.
Ouça, meu amor! Esses meus anseios
Têm por açoite o meu triste Lamento,
Como as corujas que encerram a noite
E ressonam sob um sol quase ausente.
Canto Segundo
"A IMAGEM DA BESTA"
VIII
Aponta no extremo um manto de trevas
Uma abominável face sombria,
E, nos seus braços, deita a ventania:
Arrasta o que vê e deixa o estrago.
A fúria devasta sem piedade,
Ao próprio destino - A perdição!
A voragem assola o berço do espírito
Ficando um talho profundo e aberto.
IX
Com beijos e abraços junto à procela
Das águas surgem bestas emergentes
trazendo em suas mãos as taças de ódio
Ofertando ao povo o veneno amargo.
Os seus nomes gritam cegos e enfermos,
Pois embriagados de suja doença.
Se enchem da satisfação da borrasca
Em meio às desgraças, entre as ruínas...
X
Tão certos de si se vão ao abismo
Inúmeros homens de olhos vendados,
E os promotores de tristeza e guerra
Dão gargalhadas a cada vitória.
Alguns demônios vestidos de reis
Prometem trazer alegria e paz,
Se fazem cordeiros - Bravos discursos!
Distraindo os homens das Leis de Deus.
XI
A imagem do dito lago de fogo
É venerada nas quatro estações.
D'aqueles que vivem pelos palácios
Àqueles que nem têm onde viver.
Sorve a inocência a traiçoeira astúcia,
O mal se apodera da ingenuidade.
Desviam-se da conduta moral
Sendo a evasiva a modernização.
XII
Aos olhos dos bobos é núpcia eterna
Um engenhoso colégio de sombras
Com gênios doutores determinados
A prostituir seus admiradores.
Sua face mina a fornicação
E estratagemas do dom de mentir;
Dos lábios de muitos homens sem brilho
A tolice ganha cultos de glória.
XIII
A imagem é o coração da desonra,
Não dorme e não cansa-se de enganar.
Se vivifica nos cursos elétricos
Qu'homens custeiam por prova de amor.
E assim se firma sua companheira,
Ergue a idolatria e falsa emoção.
Se lança um osso vão todos atrás
E o Livro da Lei cai no esquecimento.
XIV
Prepare-se irmão! Rastela a sentença.
Pois já se secaram galhos e folhas;
Pois n'espera anseia a grande fornalha;
Que a face da terra agora desflora.
Prepare-se irmão, prepare-se já!
Porque beleza se traduz em farsa
E as mãos sedosas que afagam seu rosto
São as mesmas que açoitam suas costas.
Wallace Monjardim Bonini
"[...] mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas,
2 com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição." [Ap 17:1,2]
2 com a qual se prostituíram os reis da terra; e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho da sua prostituição." [Ap 17:1,2]
Canto Primeiro
"AS ASAS NEGRAS DO ESTRO"
I
Ouça! Rasga do vale de minh'alma
O meu estro sangrento e renitente,
Visões que germinam da vasta angústia,
Cólera ardente... e gritos... e prantos!...
Trovejam gemidos de sofrimento
Versos cor de chumbo da tempestade,
Não cabem cá dentro - vingam e fogem
Sem destino exato vão pelo mundo.
II
Vão pela noite, zanzando, à procura
Dos homens que deploram injustiças;
Das línguas que não expressam mentiras;
Das mentes que a sabedoria alveja.
Vão! Mas ao encontro de suas casas.
Que o vento lhes rocem como as folhagens
E deitem-se ao colo da sentinela;
Que beijem o sol que no seio pulsa.
III
Ouça o meu canto de Lúcida Febre!
Suba na torre e sofra suas dores,
Porque nesse escarro em mar de poesias
A lira do amor na ira se enterra.
Ouça-me também cavaleiro errante!
Monte o corcel dos meus sóbrios clamores
E respire fundo as frouxas essências
Das murchas Flores em lenha candente.
IV
Meu canto é morto, não ri-se nem rima,
Sem inteligência do mestraço ilustre;
É uma carruagem seguindo sem freio
De ladeira abaixo ao leito da lama.
Mas, não! Ainda do espelho não mine
Nem uma gota de lamentação
Antes de ouvir entoar dos acordes
A marcha fúnebre do último século.
V
Ouça os louvores ao Terceto Eterno!
Canções perfeitas de sábias palavras.
Ouça Sua voz de justiça e verdade,
A estrela que a escuridão desconhece.
Beba da fonte de sua Escritura,
Nasce no choro do arrependimento.
Provarás da traça que me devora
E verás o oculto atrás do belo.
VI
Do lago límpido de águas serenas
Tem-se a paisagem anil montanhosa
Que esconde dos olhos, já seduzidos,
O gozo em chamas do vulcão inflame.
Vamos, acorde! Meu povo, acorde!
Que a rosa se abriu para um novo dia.
Transpire a fragrância do amor sincero
E feche os seus olhos pra face externa.
VII
Os ramos têm pressa a se renovarem
E as folhas já brotam - vem o verão!
Permita que o pranto enxague seu peito
Dessa contaminação secular.
Ouça, meu amor! Esses meus anseios
Têm por açoite o meu triste Lamento,
Como as corujas que encerram a noite
E ressonam sob um sol quase ausente.
Canto Segundo
"A IMAGEM DA BESTA"
VIII
Aponta no extremo um manto de trevas
Uma abominável face sombria,
E, nos seus braços, deita a ventania:
Arrasta o que vê e deixa o estrago.
A fúria devasta sem piedade,
Ao próprio destino - A perdição!
A voragem assola o berço do espírito
Ficando um talho profundo e aberto.
IX
Com beijos e abraços junto à procela
Das águas surgem bestas emergentes
trazendo em suas mãos as taças de ódio
Ofertando ao povo o veneno amargo.
Os seus nomes gritam cegos e enfermos,
Pois embriagados de suja doença.
Se enchem da satisfação da borrasca
Em meio às desgraças, entre as ruínas...
X
Tão certos de si se vão ao abismo
Inúmeros homens de olhos vendados,
E os promotores de tristeza e guerra
Dão gargalhadas a cada vitória.
Alguns demônios vestidos de reis
Prometem trazer alegria e paz,
Se fazem cordeiros - Bravos discursos!
Distraindo os homens das Leis de Deus.
XI
A imagem do dito lago de fogo
É venerada nas quatro estações.
D'aqueles que vivem pelos palácios
Àqueles que nem têm onde viver.
Sorve a inocência a traiçoeira astúcia,
O mal se apodera da ingenuidade.
Desviam-se da conduta moral
Sendo a evasiva a modernização.
XII
Aos olhos dos bobos é núpcia eterna
Um engenhoso colégio de sombras
Com gênios doutores determinados
A prostituir seus admiradores.
Sua face mina a fornicação
E estratagemas do dom de mentir;
Dos lábios de muitos homens sem brilho
A tolice ganha cultos de glória.
XIII
A imagem é o coração da desonra,
Não dorme e não cansa-se de enganar.
Se vivifica nos cursos elétricos
Qu'homens custeiam por prova de amor.
E assim se firma sua companheira,
Ergue a idolatria e falsa emoção.
Se lança um osso vão todos atrás
E o Livro da Lei cai no esquecimento.
XIV
Prepare-se irmão! Rastela a sentença.
Pois já se secaram galhos e folhas;
Pois n'espera anseia a grande fornalha;
Que a face da terra agora desflora.
Prepare-se irmão, prepare-se já!
Porque beleza se traduz em farsa
E as mãos sedosas que afagam seu rosto
São as mesmas que açoitam suas costas.
Fantasmagorias - Introdução
O que um homem que tem uma tempestade em seu interior pode dizer? Não se impressione o leitor se ouvir rajadas de trovões e ver riscos de fogo rasgando o firmamento com forte e veemente impetuosidade. O desencanto das flores mundanas lateja em seu peito e é inflamado pelo amor aos cegos. Cegueira que vê no reflexo uma límpida aparência distorcida da veraz realidade, e a imagem é o engano.
Sem a formalização ilustre dos altos sábios, que nada ou quase nada sabem de verdade, a pena, a caneta, o pincel, o html são a simplicidade da borrasca cor-de-chumbo. Nesse mundo, há mestres soberbos, sábios tão entendidos na ignorância da verdade, de ignorá-la, cujo exclusivo e tão prazeroso trabalho é ensinar, instruir, ao contrário, é fazer dos seus discípulos pessoas preparadas e bem dispostas a mentir. São mestre na mentira. Doutores de si mesmos, doutores de cegos.
Toca a sinfonia da Procela, mas o cego não consegue discernir as notas e arpejos, muito menos entender a lógica da melodia. O cego não ouve! Mas para que soar o trompete então, poeta?
Ah! Creio que é a crença que mesmo a surdez e a cegueira são partidas ao meio, e morrem, pelos raios de verdade. Relâmpagos querem clarear a obscuridade da alma do cego. Mas como, se a porta da cabeça está fechada? A Verdade abre porta onde não há porta. Se no brilhar destas linhas a Verdade se faz ouvir, o cego verá, algum cego verá!
Máscaras de baile escondem do espelho a face horrível do cego, que olha e vê a superfície de um sepulcro caiado. O belo mausoléu de fino mármore está podre por dentro.
A imagem falsa no espelho, a imagem falsa diante do ajoelhado. Tornem-se semelhantes a esta todos os prostrados diante dela. Ora, leitor, imagens tem olho, mas não vêem, tem ouvidos, mas não ouvem; nariz tem, mas não cheiram; pernas, mas não andam. Os mestres ao contrário ensinam ao avesso os seus discípulos cegos e surdos, que não saem do lugar, nem um passo de desenvolvimento, a serem imagens. Serão imagens do que não são e imagens que não são. Não são o quê? Não são nada além de morta matéria.
Mas há a imagem que se move diante dos olhos dos cegos sentados, ou deitados, mas é morta porque anuncia o pecado. Esta é a imagem que brilha e que dela sai som. Caixa com janela de vidro. Oceano de mentiras, com poucos barquinhos de verdade. Estes dizem verdade, nem todos.
Tantos raios! Tantas rajadas! Trovões! Em verso, o inverso dos mestres ao avesso: um desejo de que os cegos, surdos, inertes, vejam, ouçam, vivam.
Escutem, cegos, e vejam, surdos, os louvores a Deus, a Verdade pregada na cruz um dia, mas ressurreta ao terceiro dia, gloriosa, com toda a glória, hoje, à direita do Pai, e que há de julgar a humanidade.
Que os cegos deixem de ser surdos e os surdos de ser cegos, porque o cego é o surdo e o surdo é o cego, e ambos a mesma pessoa, sob nomes diferentes.
Sem a formalização ilustre dos altos sábios, que nada ou quase nada sabem de verdade, a pena, a caneta, o pincel, o html são a simplicidade da borrasca cor-de-chumbo. Nesse mundo, há mestres soberbos, sábios tão entendidos na ignorância da verdade, de ignorá-la, cujo exclusivo e tão prazeroso trabalho é ensinar, instruir, ao contrário, é fazer dos seus discípulos pessoas preparadas e bem dispostas a mentir. São mestre na mentira. Doutores de si mesmos, doutores de cegos.
Toca a sinfonia da Procela, mas o cego não consegue discernir as notas e arpejos, muito menos entender a lógica da melodia. O cego não ouve! Mas para que soar o trompete então, poeta?
Ah! Creio que é a crença que mesmo a surdez e a cegueira são partidas ao meio, e morrem, pelos raios de verdade. Relâmpagos querem clarear a obscuridade da alma do cego. Mas como, se a porta da cabeça está fechada? A Verdade abre porta onde não há porta. Se no brilhar destas linhas a Verdade se faz ouvir, o cego verá, algum cego verá!
Máscaras de baile escondem do espelho a face horrível do cego, que olha e vê a superfície de um sepulcro caiado. O belo mausoléu de fino mármore está podre por dentro.
A imagem falsa no espelho, a imagem falsa diante do ajoelhado. Tornem-se semelhantes a esta todos os prostrados diante dela. Ora, leitor, imagens tem olho, mas não vêem, tem ouvidos, mas não ouvem; nariz tem, mas não cheiram; pernas, mas não andam. Os mestres ao contrário ensinam ao avesso os seus discípulos cegos e surdos, que não saem do lugar, nem um passo de desenvolvimento, a serem imagens. Serão imagens do que não são e imagens que não são. Não são o quê? Não são nada além de morta matéria.
Mas há a imagem que se move diante dos olhos dos cegos sentados, ou deitados, mas é morta porque anuncia o pecado. Esta é a imagem que brilha e que dela sai som. Caixa com janela de vidro. Oceano de mentiras, com poucos barquinhos de verdade. Estes dizem verdade, nem todos.
Tantos raios! Tantas rajadas! Trovões! Em verso, o inverso dos mestres ao avesso: um desejo de que os cegos, surdos, inertes, vejam, ouçam, vivam.
Escutem, cegos, e vejam, surdos, os louvores a Deus, a Verdade pregada na cruz um dia, mas ressurreta ao terceiro dia, gloriosa, com toda a glória, hoje, à direita do Pai, e que há de julgar a humanidade.
Que os cegos deixem de ser surdos e os surdos de ser cegos, porque o cego é o surdo e o surdo é o cego, e ambos a mesma pessoa, sob nomes diferentes.
Rouver Júnior
sábado, 1 de novembro de 2008
Erros e racionalidade - Ciência, Naturalismo e Evolucionismo
Idéia errada é pensar que a ciência é onipotente. Ela é incapaz de provar muitas coisas, que, ao acreditarmos, somos racionais. Como argumentou o filósofo cristão Dr. William Lane Craig em um debate com o cientista ateu Dr. Peter Atkins, a ciência não pode provar verdades lógicas e matemáticas, porque seria petição de princípio; verdades metafísicas, tais quais "existem outras mentes além da minha", "o mundo exterior a mim é real", "o universo foi criado há mais de cinco minutos", etc; juízos de valor, certo e errado, bom e mau, Hitler fez coisas horríveis; juízos estéticos, como belo e feio; e a própria ciência, pois está permeada de suposições, como a base da teoria da relatividade. "Toda a teoria", diz Craig, "depende da suposição de que a velocidade da luz é uma constante, em uma direção, entre quaisquer dois pontos A e B. Mas estritamente, isso não pode ser provado; nós simplesmente temos de admitir isso, a fim de manter a teoria."
Há diversas coisas que a ciência não pode provar. Então, dizer que algo não é verdadeiro simplesmente porque não foi provado cientificamente é um grande erro.
Outro erro, e esse gravíssimo, é pensar que a crença em Deus é algo totalmente irracional, ligado tão somente a sentimentos e a um querer acreditar em algo. O filósofo cristão norte-americano Alvin Plantinga, em artigo denominado, em português, "O argumento evolucionista contra o naturalismo", mostra a incompatibilidade entre as duas correntes presentes no título e ainda evidencia que acreditar no naturalismo é irracional, porque ele oferece um elemento invalidador da confiabilidade em toda e qualquer crença humana.
Basicamente, o evolucionismo fala de Seleção Natural. Comportamento adaptativo, sobrevivência, reprodução são as tônicas da Seleção. O evolucionismo não fala nada sobre a veracidade ou falsidade de crenças, de modo a não importar se a crença é falsa ou verdadeira. O importante é o comportamento adaptativo voltado para a sobrevivência e perpetuação da espécie.
O naturalismo, por sua vez, diz não haver um Deus Criador, tendo tudo surgido, se surgiu, ao acaso, sempre aleatoriamente.
Um ponto-chave para a compreensão é: nós que acreditamos em Deus, sabemos que Deus nos deu capacidades cognitivas, como percepção, memória e razão, a fim de podermos encontrar certos pensamentos verdadeiros. Por exemplo, pela razão eu entendo que 2+2 = 4. A minha razão vai dizer que é falso 2+2 = 19. Portanto, a minha razão me proporciona encontrar certos pensamentos verdadeiros.
Para o evolucionismo, se a crença é verdadeira, bem, se falsa, bem também. O importante é o comportamento adaptativo. O naturalismo diz que não há Deus. Logo, por esta corrente, não fomos criados por uma Pessoa que nos deu capacidades cognitivas visando encontrássemos certos pensamentos verdadeiros. Darwin teve uma grande dúvida: se um macaco raciocinasse, como confiar em suas conclusões?
Se, como crê o naturalismo, não fomos criados e não recebemos cognição a certo ponto confiável, resta que as nossas crenças, todas elas, tem 50% de serem verdadeiras e 50% de serem falsas, número insuficiente para a confiabilidade. Assim, não há, pelo naturalismo, como crer racionalmente em alguma coisa, porque eu não tenho nem 1% a mais de chance de estar certo em minha crença. Racional seria, nesta ótica, duvidar de tudo, isto é, ser agnóstico. Contudo a razão está sendo posta em xeque, de maneira que eu acreditar que a melhor opção, a mais racional, é ser agnóstico também não é confiável, porque é crença.
Indo além, o naturalismo oferece um elemento para se duvidar do próprio naturalismo. Ele é auto-refutante. Fala contra si próprio. Porque o naturalismo é uma crença - encare aqui a palavra "crença", não no sentido religioso, mas no fruto da conclusão do raciocínio. Sendo o naturalismo uma crença, e ele próprio oferecendo a dúvida para todas as crenças, o naturalista tem firmes motivos para abandonar o naturalismo, porque não há, por esta visão, como acreditar em nada. Ser naturalista e, portanto, ateu é irracional.
É possível ser evolucionista e crer em um Criador, porque, pela lógica, Deus pode ter criado as coisas com a propriedade de evoluir e ter deixado a criação andar com as próprias pernas. Não admito tal visão; é anti-bíblica; é falsa; mas dentro da lógica evolucionista é coerente. Assim esse Criador da evolução poderia ter colocado no ser humano faculdades cognitivas confiáveis. O naturalismo, contudo, rejeita totalmente a existência de Deus e, portanto, que o Criador nos deu faculdades cognitivas confiáveis. Logo, se não posso confiar em minha razão para nada, é inútil raciocinar acerca do assunto que for, visto que o raciocínio é produto da razão e, sempre, o seu final é uma crença.
Parece-me que o naturalismo propõe, por inferências, que abandonemos a razão e sejamos como animais irracionais.
Por finalização, quero dizer que Plantinga termina o seu artigo "Evolução versus naturalismo" desta forma:
"A conclusão óbvia, como assim me parece, é que o naturalismo evolucionista não pode sensatamente ser aceito. Os altos sacerdotes do naturalismo evolucionista proclamam em altas vozes que o cristianismo e mesmo a crença teísta está falida e que é ridícula. O fato, entretanto, é que a mesa virou. É o naturalismo evolucionista, e não a crença cristã, que não pode ser racionalmente aceito." [trecho retirado do blog Apologia - www.apologia.com.br]
(Rouver Júnior)
PS: O vídeo do debate de Craig e Atkins pode ser encontrado no blog Apologia - www.apologia.com.br - ou no link http://www.youtube.com/watch?v=0_TLzIR2ptM
Há diversas coisas que a ciência não pode provar. Então, dizer que algo não é verdadeiro simplesmente porque não foi provado cientificamente é um grande erro.
Outro erro, e esse gravíssimo, é pensar que a crença em Deus é algo totalmente irracional, ligado tão somente a sentimentos e a um querer acreditar em algo. O filósofo cristão norte-americano Alvin Plantinga, em artigo denominado, em português, "O argumento evolucionista contra o naturalismo", mostra a incompatibilidade entre as duas correntes presentes no título e ainda evidencia que acreditar no naturalismo é irracional, porque ele oferece um elemento invalidador da confiabilidade em toda e qualquer crença humana.
Basicamente, o evolucionismo fala de Seleção Natural. Comportamento adaptativo, sobrevivência, reprodução são as tônicas da Seleção. O evolucionismo não fala nada sobre a veracidade ou falsidade de crenças, de modo a não importar se a crença é falsa ou verdadeira. O importante é o comportamento adaptativo voltado para a sobrevivência e perpetuação da espécie.
O naturalismo, por sua vez, diz não haver um Deus Criador, tendo tudo surgido, se surgiu, ao acaso, sempre aleatoriamente.
Um ponto-chave para a compreensão é: nós que acreditamos em Deus, sabemos que Deus nos deu capacidades cognitivas, como percepção, memória e razão, a fim de podermos encontrar certos pensamentos verdadeiros. Por exemplo, pela razão eu entendo que 2+2 = 4. A minha razão vai dizer que é falso 2+2 = 19. Portanto, a minha razão me proporciona encontrar certos pensamentos verdadeiros.
Para o evolucionismo, se a crença é verdadeira, bem, se falsa, bem também. O importante é o comportamento adaptativo. O naturalismo diz que não há Deus. Logo, por esta corrente, não fomos criados por uma Pessoa que nos deu capacidades cognitivas visando encontrássemos certos pensamentos verdadeiros. Darwin teve uma grande dúvida: se um macaco raciocinasse, como confiar em suas conclusões?
Se, como crê o naturalismo, não fomos criados e não recebemos cognição a certo ponto confiável, resta que as nossas crenças, todas elas, tem 50% de serem verdadeiras e 50% de serem falsas, número insuficiente para a confiabilidade. Assim, não há, pelo naturalismo, como crer racionalmente em alguma coisa, porque eu não tenho nem 1% a mais de chance de estar certo em minha crença. Racional seria, nesta ótica, duvidar de tudo, isto é, ser agnóstico. Contudo a razão está sendo posta em xeque, de maneira que eu acreditar que a melhor opção, a mais racional, é ser agnóstico também não é confiável, porque é crença.
Indo além, o naturalismo oferece um elemento para se duvidar do próprio naturalismo. Ele é auto-refutante. Fala contra si próprio. Porque o naturalismo é uma crença - encare aqui a palavra "crença", não no sentido religioso, mas no fruto da conclusão do raciocínio. Sendo o naturalismo uma crença, e ele próprio oferecendo a dúvida para todas as crenças, o naturalista tem firmes motivos para abandonar o naturalismo, porque não há, por esta visão, como acreditar em nada. Ser naturalista e, portanto, ateu é irracional.
É possível ser evolucionista e crer em um Criador, porque, pela lógica, Deus pode ter criado as coisas com a propriedade de evoluir e ter deixado a criação andar com as próprias pernas. Não admito tal visão; é anti-bíblica; é falsa; mas dentro da lógica evolucionista é coerente. Assim esse Criador da evolução poderia ter colocado no ser humano faculdades cognitivas confiáveis. O naturalismo, contudo, rejeita totalmente a existência de Deus e, portanto, que o Criador nos deu faculdades cognitivas confiáveis. Logo, se não posso confiar em minha razão para nada, é inútil raciocinar acerca do assunto que for, visto que o raciocínio é produto da razão e, sempre, o seu final é uma crença.
Parece-me que o naturalismo propõe, por inferências, que abandonemos a razão e sejamos como animais irracionais.
Por finalização, quero dizer que Plantinga termina o seu artigo "Evolução versus naturalismo" desta forma:
"A conclusão óbvia, como assim me parece, é que o naturalismo evolucionista não pode sensatamente ser aceito. Os altos sacerdotes do naturalismo evolucionista proclamam em altas vozes que o cristianismo e mesmo a crença teísta está falida e que é ridícula. O fato, entretanto, é que a mesa virou. É o naturalismo evolucionista, e não a crença cristã, que não pode ser racionalmente aceito." [trecho retirado do blog Apologia - www.apologia.com.br]
(Rouver Júnior)
PS: O vídeo do debate de Craig e Atkins pode ser encontrado no blog Apologia - www.apologia.com.br - ou no link http://www.youtube.com/watch?v=0_TLzIR2ptM
Assinar:
Postagens (Atom)