A descoberta das próprias convicções é o processo pelo qual o indivíduo pensante enxerga as opiniões que são, em seu coração, realmente suas, aquelas que ele sente e vê com sinceridade serem as mais adequadas à realidade. Ele as distingue das demais opiniões circulantes e diz de si para si que é em tal opinião que de fato crê. Sua opinião não é necessariamente sua no sentido de ele ter sido a fonte única dela. Pode acontecer muito bem de tal opinião ter vindo de outras pessoas e grupos, mas é, porém, aquela que ele vê como mais fidedigna à verdade.
A descoberta das próprias convicções se dá a partir da investigação interior contínua, da sondagem dos próprios pensamentos, da crítica das idéias particulares, no oculto do coração. Tal sondagem usa como instrumento precípuo a palavra. É através dela que o sujeito dirá para si mesmo o que viu, viveu, sentiu e pensou, em suma, expressará a própria história pessoal e buscará a origem das suas idéias, perguntando-se "de onde elas vieram? de quem as recebi?" o que elucida muita coisa.
A expressão contínua da realidade desenvolve o senso da realidade, de modo que a pessoa, tendo tal realidade como referência, pesará a adequação de suas idéias, não se deixando levar por devaneios, histerias ou mentiras, que podem vir de si mesmo, da sociedade em geral ou de demagogos e aproveitadores tão numerosos nos dias de hoje.
O processo é lento e exige uma atividade de sondagem interior diária, contínua, dedicada, para que aos poucos cada idéia seja pesada, analisada, criticada e unificada com outras que se encontram dispersas pela alma. O trabalho de investigação das próprias convicções também implica a unificação do conhecimento e da consciência.
É importante descobrir as próprias convicções para saber o que realmente pensa e não ser guiado por idéias alheias de origens ignoradas, tomando as rédeas das próprias ações.