A verdade é tão fundamental para a vida do ser humano que viver sem ela é impossível. Todo o homem tem a propensão para acreditar na verdade. Ninguém quer acreditar no falso, porque isso significa estar enganado. Não é radicalização.
De fato, até aqueles que negam a existência da verdade querem que as pessoas pensem ser seus pensamentos verdadeiros e confiáveis. Se o indivíduo que argumenta contra a existência da verdade assume em um debate, desde o início, que fala mentira, ele cai no absurdo e no descrédito. Ele tem de parecer que fala a verdade, e realmente assim quer. Desse modo, a única maneira de um relativista - aquele que não crê na verdade absoluta - argumentar contra a verdade é assumi-la. Isso é totalmente contraditório.
É interessante o leitor entender isso, porque no momento atual da História a sociedade passa por uma grave crise de descrença. A pós-modernidade com seu relativismo, atrelado ao comunismo militante de revolução cultural, vem destruindo muita coisa. Na antiguidade, depois do embate entre Parmênides e Heráclito, surgiu uma forte crise. Dessa crise surgiram os sofistas. Eles não tinham compromisso com a verdade objetiva, mas basicamente ensinavam meios de persuasão. Então surgiram Platão e Aristóteles. Da disputa entre o pensamento dos dois, veio outra crise. O ceticismo, o epicurismo e o estoicismo apareceram fortemente. Mais tarde apareceu Tomás de Aquino conciliando fé e razão. Em resumo da história, veio Kant e separou-lhes. Este filósofo foi a fonte do existencialismo, da fenomenologia, do pragmatismo e do relativismo modernos, dentre outros. Hoje o pensamento filosófico está em crise e, logo, a sociedade passa por ela também. Entretanto, parece que o momento mais anti-intelectual da História do pensamento é o atual.
Bom, depois dessa história, pergunto: se não houvesse verdade e tudo fosse relativo, para que argumentar? Se as informações passadas em um texto não são, pelo menos, pretendidas verdadeiras, para que escrever? Se não há pensamento verdadeiro, para que ensinar?
Note o leitor que isso afeta frontalmente a educação. Se o que o professor ensina não é verdade e tem o mesmo valor da crença anterior do aluno, ensinar não é necessário. O aluno vai terminar acreditando em algo que vale tanto quanto o que acreditava antes. Assim, a educação não gera mudança significativa no indivíduo. Pela visão que nega a verdade, saber vale tanto quanto ignorar. A escola é, então, desnecessária.
Pois é. Pretendia escrever um texto menor. Agradeço ao leitor que leu até aqui pela paciência e peço-lhe ainda mais um pouco de perseverança em ler. Mais um parágrafo e duas pequenas frases.
Se há algum professor adepto do relativismo lendo este texto, peço-lhe pense sobre a implicação do relativismo na educação. Os alunos precisam aprender coisas verdadeiras e confiáveis. Eles precisam aprender a questionar, mas com as questões certas e buscando uma resposta, que deve ser verdadeira.
Enfim terminou. Obrigado leitor.
(Rouver Júnior)
De fato, até aqueles que negam a existência da verdade querem que as pessoas pensem ser seus pensamentos verdadeiros e confiáveis. Se o indivíduo que argumenta contra a existência da verdade assume em um debate, desde o início, que fala mentira, ele cai no absurdo e no descrédito. Ele tem de parecer que fala a verdade, e realmente assim quer. Desse modo, a única maneira de um relativista - aquele que não crê na verdade absoluta - argumentar contra a verdade é assumi-la. Isso é totalmente contraditório.
É interessante o leitor entender isso, porque no momento atual da História a sociedade passa por uma grave crise de descrença. A pós-modernidade com seu relativismo, atrelado ao comunismo militante de revolução cultural, vem destruindo muita coisa. Na antiguidade, depois do embate entre Parmênides e Heráclito, surgiu uma forte crise. Dessa crise surgiram os sofistas. Eles não tinham compromisso com a verdade objetiva, mas basicamente ensinavam meios de persuasão. Então surgiram Platão e Aristóteles. Da disputa entre o pensamento dos dois, veio outra crise. O ceticismo, o epicurismo e o estoicismo apareceram fortemente. Mais tarde apareceu Tomás de Aquino conciliando fé e razão. Em resumo da história, veio Kant e separou-lhes. Este filósofo foi a fonte do existencialismo, da fenomenologia, do pragmatismo e do relativismo modernos, dentre outros. Hoje o pensamento filosófico está em crise e, logo, a sociedade passa por ela também. Entretanto, parece que o momento mais anti-intelectual da História do pensamento é o atual.
Bom, depois dessa história, pergunto: se não houvesse verdade e tudo fosse relativo, para que argumentar? Se as informações passadas em um texto não são, pelo menos, pretendidas verdadeiras, para que escrever? Se não há pensamento verdadeiro, para que ensinar?
Note o leitor que isso afeta frontalmente a educação. Se o que o professor ensina não é verdade e tem o mesmo valor da crença anterior do aluno, ensinar não é necessário. O aluno vai terminar acreditando em algo que vale tanto quanto o que acreditava antes. Assim, a educação não gera mudança significativa no indivíduo. Pela visão que nega a verdade, saber vale tanto quanto ignorar. A escola é, então, desnecessária.
Pois é. Pretendia escrever um texto menor. Agradeço ao leitor que leu até aqui pela paciência e peço-lhe ainda mais um pouco de perseverança em ler. Mais um parágrafo e duas pequenas frases.
Se há algum professor adepto do relativismo lendo este texto, peço-lhe pense sobre a implicação do relativismo na educação. Os alunos precisam aprender coisas verdadeiras e confiáveis. Eles precisam aprender a questionar, mas com as questões certas e buscando uma resposta, que deve ser verdadeira.
Enfim terminou. Obrigado leitor.
(Rouver Júnior)