A inteligência é uma dádiva dada por Deus. Talvez os dias atuais de pós-modernidade formem o quadro mais antiintelectual desde alguns séculos a.C.
Quando Deus concede alguma coisa para alguém, é porque Ele tem algum objetivo. Deus não daria uma ferramenta ao ser humano para que ela ficasse sem uso. As ferramentas enferrujam se não usadas. Assim, a inteligência se embota se não cultivada.
Alguém disse que Cristo quer salvar a alma e a mente. Pois é. Deus não quer seus preciosos filhos com uma ferramenta sem uso.
Penso ser obrigação de todo o cristão buscar crescer intelectualmente, porque Deus deu a inteligência com um objetivo. Amar sem conhecer a quem se ama é ignorância, porque aí se ama alguém imaginário, mas amar conhecendo é amor verdadeiro.
Cristo nos amou sabendo quem nós éramos e Ele nos amou verdadeiramente.
Ora, o lavrador tem a obrigação de cuidar de sua enxada, nós temos a obrigação de cuidar da ferramenta que Deus nos deu: a inteligência.
Ser um intelectual sem amor não adianta, mas viver um sentimentalismo sem conhecimento também não é bom.
Imagine um biólogo cristão que passa seis dias da semana defendendo na academia a teoria da evolução e o naturalismo ateu e no domingo corre à igreja para adorar o Deus da criação.
Imagine o antropólogo cristão, acadêmico defensor do relativismo cultural e moral, que na igreja procura adorar em todos os finais de semana o Deus verdadedeiro e absoluto.
Imagine, por fim, um economista ou político cristão que defende com unhas e dentes o marxismo materialista de Lênin e Marx, o comunismo, o socialismo, e que depois em seu quarto dobra os joelhos para clamar ao Deus imaterial, transcendente, eterno, onisciente, onipotente e onipresente.
O cristão deve anunciar a Verdade em todos os âmbitos: Biologia, Antropologia, Economia, Política, Filosofia, Física, Química, Matemática, Literatura, Lingüística, etc.
E, para fazer isso, é preciso conhecer tais áreas. É necessário que o biólogo pregue o Evangelho na biologia, o filósofo na Filosofia, o literato na Literatura, e assim por diante.
Missões é pregar em ônibus, nas ruas, aos vizinhos, aos amigos, aos colegas de trabalho, aos colegas de estudo; é ir para a África, Ásia, Europa, América, Oceania e até nos pólos e ilhas se necessário, mas é também lutar no âmbito intelectual, desfazendo as teorias falsas que levam a muitos para o inferno.
Eis o que o apóstolo Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, diz:
"Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim, poderosas em Deus, para destruição das fortalezas;
destruindo os conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo,
e estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida a vossa obediência." [2Cor 10:4-6]
Devemos destruir com as armas dadas por Deus toda teoria, todo o pensamento, todo o orgulho extremado, que se levantam contra o conhecimento de Deus, que atrapalham as pessoas de chegarem até Deus, que encaminham as pessoas diretamente ao inferno.
Ora, quanta gente morrendo e indo para o inferno porque diz no seu coração "Não há Deus".
Deus é Aquele que faz o néscio morrer e em seu lugar nascer um sábio, mediante o novo nascimento.
Mas como ouvirão se não há quem pregue?
(Rouver Júnior)