Assisti hoje na universidade a um filme emocionante: Black. Ele conta a estória de Michelle McNally, uma menina que na infância, por causa de uma doença, ficou surda e cega. Seus pais não sabem lidar com as suas deficiências e, como última esperança antes de mandá-la para um lugar de reclusão, decidem chamar um professor (Debraj Sahai) especializado no ensino de pessoas com necessidades especiais e muito competente, mas cujos métodos não são nem um pouco convencionais. Como instruir uma criança que não pode ouvir explicações nem ver coisa alguma? Debraj, lutando contra a resistência da família, encontra meios bastante inusitados, mas eficazes de ensinar a menina, que ingressa na universidade e depois de 40 anos se forma. Nesse meado de tempo, Michelle vai fazendo grandes progressos e criando vínculos muito fortes com Debraj. Ao final, quando a menina alcança a sua vitória máxima, o professor está em um grau bastante avançado da doença de Alzheimer. Muito debilitado, ele não a reconhece e também não lembra de nada pelo que passaram até chegarem ali. Mas perante a roupa preta de formatura usada pela menina, o velho Debraj relembra o passado.
O filme emociona sem ser piegas e consegue prender a atenção do público sem colocar em cena uma dança sensual se quer. Além disso, apresenta dois aspectos de grande importância: a extraordinária superação da menina e o importante papel de um professor que doou boa parte de sua vida à educação dela, indo muito além do simples ensino de sala de aula e trabalhando realmente em favor de Michelle como a sua única esperança.
Black é uma estória de preciosas lições, uma estória de amor, que botou em lágrimas a maioria das pessoas da minha turma de Educação e Inclusão. O único grande problema do filme é que, numa linguagem fortemente emotiva, a menina afirma pelo menos duas vezes que Debraj era Deus. No mais o filme é excelente. Eu me segurei para não chorar, mas não pude evitar que os meus olhos ficassem vermelhos.
Imagens do filme legendadas em inglês:
O filme emociona sem ser piegas e consegue prender a atenção do público sem colocar em cena uma dança sensual se quer. Além disso, apresenta dois aspectos de grande importância: a extraordinária superação da menina e o importante papel de um professor que doou boa parte de sua vida à educação dela, indo muito além do simples ensino de sala de aula e trabalhando realmente em favor de Michelle como a sua única esperança.
Black é uma estória de preciosas lições, uma estória de amor, que botou em lágrimas a maioria das pessoas da minha turma de Educação e Inclusão. O único grande problema do filme é que, numa linguagem fortemente emotiva, a menina afirma pelo menos duas vezes que Debraj era Deus. No mais o filme é excelente. Eu me segurei para não chorar, mas não pude evitar que os meus olhos ficassem vermelhos.
Imagens do filme legendadas em inglês:
2 comentários:
O filme possui grandes méritos, mas quero crer que o principal deles é fugir do esquema simplista da emoção fácil da indústria cultural norte-americana (a obra é indiana), sempre por via do melodrama. A pieguice não se dá. E a dimensão humana inserida no roteiro empresta à obra a medida da dramaticidade de nossa condição.
Outros aspectos relevantes, eu destacaria a qualidade dos atores (mormente o que "faz" o professor e a que interpreta a protagonista) e a opção fotográfica. Há muitas cenas com pouca luz, o que não é gratuito e sim constante referência à escuridão provocada pela cegueira.
Fortemente antitético, a cena final é uma obra prima, porquanto o professor, que vive em sua escuridão causada pela doença neurológica que lhe afeta a memória, é educado pela sua ex-educanda a falar a palavra que significa "água". Conduz o velho professor como a uma criança. Quando ele, pondo a mão do lado de fora do quarto, pela janela, sente a chuva, consegue lembrar-se da palavra e a pronuncia, emocionado. com um detalhe estético da mais alta relevância: toda a sequência se dá em luz branca e quando ele balbucia algo semelhante a "água" essa luminosidade se intensifica.
Um espetáculo.
Você tocou em pontos muito importantes, Eduardo: uma emocionalidade verossimilhante, sem gratuidade, a condição humana (diga-se: o ser humano passa no mundo), atores excelentes, primorosa fotografia e a inversão dos papéis entre o professor e a aluna no final do filme. Eu acrescentaria o simbolismo dessa obra de arte, que poderia ser investigado: luz, trevas, água, chuva, neve, a pomba que Michelle solta, a fonte de água em que Michelle é jogada, o jogo simbólico da iluminação, etc.
Quanto aos atores, o que mais me impressionou foi a atuação da menina que fez a Michelle quando na pré-adolescência: violenta, indisciplinada, selvagem. Pode-se ter a impressão de que a atriz realmente era cega!
Falando da luminosidade simbólica, interessante de notar também é o momento em que Michelle está se aprofundando nos estudos, saindo de seu mundo de escuridão e caminhando para a luz, conforme discursa o filme. Nessa etapa, Michelle está morando em uma casa com uma sala grande e janelas. Estas deixam passar uma luz difusa e azulada, configurando uma atmosfera nebulosa, enevoada, de transição, com fortes feixes de luz. Parece-me que aqui o discurso do filme baseia-se na idéia de que a ignorância é a verdadeira treva do homem e o conhecimento a sua verdadeira luz.
Por fim, quanto à fotografia, achei muito interessante as cenas em que aparece a igreja, no início e no fim do filme. São imagens muito belas.
Assim, com ressalvas, vejo o filme realmente como um espetáculo! Altamente emocionante!
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